Força de Pacificação no Complexo do Alemão completa 1 ano
Para o comandante do CML e o secretário estadual de Segurança, o balanço nesse período é positivo. 'A situação atual está melhor, mas ainda temos muito o que fazer', diz Beltrame
“Tenho muito orgulho em saber que pela ação dos nossos soldados a população daqui teve um ano de vida muito melhor. Um ano de vida que ela não esperava ter tão cedo”. Foi dessa forma otimista que o comandante do Comando Militar do Leste (CML), general Adriano Pereira Junior, classificou nesta segunda-feira (28) a atuação do Exército na Força de Pacificação nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. A emblemática ocupação completa 1 ano hoje.
Leia também: Assinado termo que prorroga permanência do Exército no Alemão
Em novembro do ano passado, as tropas invadiram os complexos de favelas após uma série de ataques ocorridos na capital fluminense. Carros foram incendiados, tiros foram disparados contra viaturas e estabelecimentos comerciais tiveram que ser fechados. As ordens partiram do interior dos complexos do Alemão e da Penha e seriam represálias à implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e à transferência de 18 líderes de facções criminosas – entre eles Marcinho VP e Elias Maluco – para presídios federais fora do Rio.
Um ano depois da ocupação da Força de Pacificação, os índices criminais divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) são positivos. Dados da 22ª DP (Penha), que cobre 90% do território do conjunto de favelas, mostram que os roubos de veículos tiveram uma redução de 49,1%. Os autos de resistência (morte cometida por policial em confronto) e roubos de rua tiveram queda de 50% e 42%, respectivamente. O total de homicídios também diminuiu, embora mais timidamente: 14%.
“A operação no Alemão não pode ser comparada com outras para implantação de UPP. Aqui se fez uma ação tópica para anular aqueles comandos que saíam daqui para incendiar veículos. Montou-se uma operação de quase dois mil homens em duas horas. Se pensarmos nisso, o resultado foi altamente positivo”, avaliou o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, antes de um almoço ocorrido nesta segunda-feira para comemorar o aniversário de 1 ano da ocupação.
Eventuais incidentes
Mesmo com os avanços, alguns problemas eventualmente ainda acontecem. Na última quinta-feira (24), um soldado ficou ferido após ter sido atingido de raspão por um disparo durante uma troca de tiros na localidade conhecida como Pedra do Sapo. Em setembro, três pessoas foram detidas e uma ficou ferida após uma confusão em um bar entre moradores e militares. Dois dias depois, tiros disparados dos morros da Baiana e do Adeus, localizados em frente ao Complexo do Alemão, assustaram moradores e deixaram morta uma jovem de 15 anos.
“Em um ano tivemos quantos incidentes considerando o tamanho da área em que estamos? A quantidade é irrelevante”, minimizou o general Adriano Pereira Junior. “Existem pessoas que são dependentes de drogas e para elas não há interesse que o nosso trabalho dê certo. Também há aqueles que são ligados financeiramente ao tráfico. E tem ainda aqueles simpatizantes com o crime. Questionam o fato de agora não ter mais festas. Esses três tipos de pessoas são as que têm proporcionado conflitos. Não tenho histórico de moradores trabalhadores, pais de família, envolvidos em problemas com a nossa tropa”, explicou.
Para o secretário estadual de Segurança, os avanços devem ser exaltados, mas o trabalho ainda está longe do fim. “Dizer que nenhum incidente irá acontecer no Alemão é impossível. Quando olhamos um ano atrás, vemos que a situação atual está muito melhor. Caminhamos muito. Mas ao olharmos para frente percebemos que ainda temos muita coisa para fazer”, avaliou Betralme.
Futuro
A ocupação das tropas do Exército nos complexos do Alemão e da Penha, no entanto, já tem um prazo para terminar. Os 1.600 soldados presentes começarão a deixar aos poucos as comunidades a partir de março do ano que vem, quando a Secretaria Estadual de Segurança começará a implantar gradativamente oito UPPs na região. Mais de 2 mil policiais estão sendo preparados pela Academia de Formação de Praças da Polícia Militar para trabalhar nas unidades.
Leia também: Operação do Exército no Complexo do Alemão já custou R$ 237 milhões
No primeiro mês, 500 policiais vão ser destacados. Outros 500 ocuparão a UPP em abril, mais 500 em maio e 700 junho, totalizando 2.200 agentes. Os militares da Força de Pacificação vão permanecer nos complexos de favelas até esse cronograma ser concluído.
“O programa já está delineado. A UPP tem um conceito e ele será aplicado aqui. Vamos ocupar duas áreas a cada mês, completando todos os complexos em junho”, informou Beltrame. “A UPP significa a derrocada de impérios impostos por armas automáticas. No Rio tem tráfico de drogas, como em qualquer lugar do mundo, mas aqui as pessoas passam a dominar o território. Isto não pode acontecer”.
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Em novembro do ano passado, as tropas invadiram os complexos de favelas após uma série de ataques ocorridos na capital fluminense. Carros foram incendiados, tiros foram disparados contra viaturas e estabelecimentos comerciais tiveram que ser fechados. As ordens partiram do interior dos complexos do Alemão e da Penha e seriam represálias à implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e à transferência de 18 líderes de facções criminosas – entre eles Marcinho VP e Elias Maluco – para presídios federais fora do Rio.
Um ano depois da ocupação da Força de Pacificação, os índices criminais divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) são positivos. Dados da 22ª DP (Penha), que cobre 90% do território do conjunto de favelas, mostram que os roubos de veículos tiveram uma redução de 49,1%. Os autos de resistência (morte cometida por policial em confronto) e roubos de rua tiveram queda de 50% e 42%, respectivamente. O total de homicídios também diminuiu, embora mais timidamente: 14%.
“A operação no Alemão não pode ser comparada com outras para implantação de UPP. Aqui se fez uma ação tópica para anular aqueles comandos que saíam daqui para incendiar veículos. Montou-se uma operação de quase dois mil homens em duas horas. Se pensarmos nisso, o resultado foi altamente positivo”, avaliou o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, antes de um almoço ocorrido nesta segunda-feira para comemorar o aniversário de 1 ano da ocupação.
Eventuais incidentes
Mesmo com os avanços, alguns problemas eventualmente ainda acontecem. Na última quinta-feira (24), um soldado ficou ferido após ter sido atingido de raspão por um disparo durante uma troca de tiros na localidade conhecida como Pedra do Sapo. Em setembro, três pessoas foram detidas e uma ficou ferida após uma confusão em um bar entre moradores e militares. Dois dias depois, tiros disparados dos morros da Baiana e do Adeus, localizados em frente ao Complexo do Alemão, assustaram moradores e deixaram morta uma jovem de 15 anos.
Para o secretário estadual de Segurança, os avanços devem ser exaltados, mas o trabalho ainda está longe do fim. “Dizer que nenhum incidente irá acontecer no Alemão é impossível. Quando olhamos um ano atrás, vemos que a situação atual está muito melhor. Caminhamos muito. Mas ao olharmos para frente percebemos que ainda temos muita coisa para fazer”, avaliou Betralme.
Futuro
A ocupação das tropas do Exército nos complexos do Alemão e da Penha, no entanto, já tem um prazo para terminar. Os 1.600 soldados presentes começarão a deixar aos poucos as comunidades a partir de março do ano que vem, quando a Secretaria Estadual de Segurança começará a implantar gradativamente oito UPPs na região. Mais de 2 mil policiais estão sendo preparados pela Academia de Formação de Praças da Polícia Militar para trabalhar nas unidades.
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No primeiro mês, 500 policiais vão ser destacados. Outros 500 ocuparão a UPP em abril, mais 500 em maio e 700 junho, totalizando 2.200 agentes. Os militares da Força de Pacificação vão permanecer nos complexos de favelas até esse cronograma ser concluído.
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